domingo, 16 de janeiro de 2011

Carta de uma Mãe Portuguesa a seu Filho

Querido Filho!!!
Te escrevo estas linhas para que saibas que estou viva. Te escrevo devagar porque sei que tu não consegues ler rápido. Bom, não vais mais reconhecer a casa quando vieres, porque a gente mudou.
Finalmente enterramos teu avô. Encontramos o cadáver com esse negócio da mudança. Estava no armário desde aquele dia em que ganhou da gente brincando de esconde-esconde.
Hoje tua irmã Amália teve um filho, mas como ainda não sei se é menino ou menina, não posso dizer se você é tio ou tia.
Teu irmão José fechou o carro com a trava e deixou as chaves dentro, teve que ir lá em casa para pegar a chave duplicata e poder tirar todos nós de dentro do carro.
Esta carta te mando com Manolo, que vai amanhã para aí. A propósito, será que podes pegá-lo no aeroporto? Bom meu filho, não escrevo o endereço porque não o sei, já que a última família portuguesa que vivia aqui nesta casa levou os números para não terem que mudar de endereço.
Se encontrares a dona Maria dê um alô da minha parte, caso não a encontres, não precisas dizer nada. Tua mãe que te ama: EU

P.S. Ia te mandar cem escudos, mas já fechei o envelope.

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